Em tempos, realizavam-se oferendas humanas em pântanos.
Agora, há pessoas a desaparecer…
Crê-se que antigamente os pântanos eram usados como locais onde se realizavam sacrifícios humanos. Por serem pobres em oxigénio, estes terrenos atrasavam o processo de decomposição dos corpos, levando à sua preservação. Há por isso quem acredite que as almas lá enterradas não conseguem encontrar descanso, atraindo até si novas vítimas.
Nathalie Nordström é uma jovem bióloga que se desloca até a um pântano no norte da Suécia para realizar uma experiência de campo. Nathalie cresceu naquela zona, mas partiu quando uma terrível tragédia se abateu sobre a sua família.
Numa noite de tempestade, um mau pressentimento leva-a até ao pântano. Lá encontra um homem inconsciente, prestes a afundar-se. A polícia começa a investigar o caso e acaba por encontrar cadáveres ali enterrados.
Estará o pântano a reclamar mais sacrifícios, como alguns habitantes locais acreditam?
«Altamente disputado e considerado O Livro da Feira do Livro de Londres de 2017, O Pântano dos Sacrifícios já foi vendido para 26 países, incluindo EUA e Reino Unido.
Traduzido do original sueco por João Reis, esta história lembra os cenários da série de culto Twin Peaks e traz à luz do dia superstições e oferendas humanas preservadas em pântanos. Um livro de ficção que bebe inspiração em factos bem reais.»
Já tinha esta opinião escrita e elaborada há mais de uma semana, mas quis esperar para hoje, um dia depois da publicação do livro em Portugal, para a publicar e "limar arestas".
Desde já agradecer por terem escolhido o Sinfonia dos Livros para receber uma das cópias de leitura avançada. O marketing e promoção deste livro foi uma delícia. Muita criatividade e "know how" para cativar os leitores. Adorei que as ARC's viessem com o pormenor (gigante) das coroas suecas coladas à capa. Muitos parabéns à 20|20 e à TopSeller por mais uma aposta em grande. Agora, em relação ao livro, estava ansiosa por ler este livro e assim que o recebi nem pensei duas vezes e "ataquei-o" logo. Embora leve sempre mais tempo a ler livros deste género em específico, este livro foi devorado. Levei acho que dois dias apenas para o começar e terminar, isto porque, como eu tanto gosto, a escrita é simples e fluída. Não torna a leitura pesada como em muitos livros desta vertente literária. A autora reúne dados mitológicos com a dose certa de mistério para que os leitores não se percam algures na leitura. Não abusa dos pormenores, não enche o livro de "palha" nem nos dá informações que só servem para confundir.
Nathalie Nordström, bióloga em fase de doutoramento e a escrever a sua tese baseada na influência que as alterações climatéricas têm em terrenos pantanosos, é a personagem que despoleta toda esta história quando, justamente por causa da sua investigação, aluga uma pequena cabana perto do pântano que todos os habitantes daquela zona conhecem.
É lá que conhece Johannes, um jovem estudante de artes que costuma correr ali perto todas as manhãs e que, aos poucos vai criando uma amizade "colorida" com ela. É quando algo estranho acontece com Johannes, que se desencadeia tudo e temos conhecimento de que aquele pântano está carregado de segredos e de simbolismo. A partir daqui entra a mitologia e o mistério que envolve aquele pântano, conhecido como pântano de sacrifícios. Consta que eram oferecidas aos deuses várias oferendas, como dinheiro, por exemplo e até corpos. Neste ponto, é referido que um desses sacrifícios foi encontrado e apelidado de "A Rapariga do Arando". Um corpo datado de 300 A.C.
Baseada nessa informação mitológica, a autora consegue introduzir um facto documentado, na nossa história.
Rosália Lombardo, uma menina siciliana que na altura foi apelidada de Bela Adormecida pois ao falecer com apenas dois anos, foi embalsamada através de uma técnica do século passado. Faz lembrar um pouco os filmes que vemos actualmente em que se preserva o corpo através de criogenia. Ora, nesta altura não consegui evitar e fui pesquisar por esta menina que se tornou uma parte da história e fiquei tão abismada como assustada. A figura de uma bebé, morta há tantos anos mas que, parece que apenas está a dormir, é deveras perturbadora, no mínimo.
(imagens retiradas de https://www.flickr.com/photos/willow2a/galleries/72157631942820089/?rb=1)
Digam lá se não é para ficarmos meio "abananados"? Eu fiquei e quanto mais lia sobre essa menina, mais curiosa ficava. É sempre bom ficarmos conscientes desses factos e saber que coisas assim aconteceram mesmo. Vivendo e sempre a aprender e é isso que eu tanto gosto nos livros.
Voltando ao livro, Nathalie encontra Johannes meio morto no meio do pântano e depois dele, com todas as investigações policiais, outros corpos são encontrados. Corpos de habitantes e visitantes que todos conheciam e que, por um motivo ou outro, tinham desaparecido sem deixar rasto. Conservados quase na perfeição e depois de tantos anos desaparecidos deu azo a que todos os rumores e tudo aquilo que se dizia sobre aquele pântano fosse considerado realidade. Pessoas oferecidas aos deuses mas que andavam no limbo e não tinham descanso (achei esta parte assustadora, mas terrivelmente viciante...). É óbvio que, ao longo do livro vamos tendo a noção de que Nathalie não é uma estranha naquele sítio e que também ela tem um passado traumático e em muito, relacionado com aquele pântano. No final, tudo se desvenda, ou quase e é engraçado como tudo se completa e faz todo o sentido.
Adorei a forma como a autora consegue relacionar os acontecimentos fictícios com os reais e consegue também fazer com que conheçamos as personagens que vão aparecendo e que em tanto ajudam a tornar este livro num livro viciante e fantástico.
Quero mais livros destes!!!! Quero ler livros assim que me façam querer pesquisar e conhecer factos da história mundial e deste Planeta recheado de coisas fantásticas!
Sem comentários:
Enviar um comentário
O seu comentário é valioso!
Obrigada pela visita e volte sempre!