Spindle Cove é uma pacata vila costeira, só para donzelas.
As raparigas bem-nascidas, influenciáveis e que correm riscos de ser seduzidas pelos cavalheiros errados são enviadas pelas famílias para Spindle Cove. Aqui elas deverão «curar-se» com os bons ares marítimos, desenvolver os seus talentos e viver vidas tranquilas. Susanna Finch é a anfitriã da vila e guardiã deste verdadeiro refúgio, livre de homens e de tentações.
Mas com a chegada de um homem…
Retirado da frente de guerra contra Napoleão após sofrer um ferimento, o tenente-coronel Victor Bramwell quer agora recuperar o comando do seu regimento. O seu plano leva-o a Spindle Cove onde, ao contrário do que esperava, acaba por receber um título de conde, um castelo e a responsabilidade de criar uma milícia para defender a vila.
Vai ser palco de uma verdadeira guerra dos sexos.
Susanna teme que a presença de uma milícia na vila desencaminhe as donzelas. E o tenente-coronel tem de cumprir a sua missão para poder voltar para a guerra. Nasce, assim, uma autêntica guerra dos sexos. Mas com a atração crescente que sentem um pelo outro, serão eles capazes de manter os seus planos? Ou irão declarar-se vencidos pelo amor?
Que livro tão bom!
Se mais estrelas tivesse para dar, mais dava. A Sério. É um livro repleto de humor, acção, alguns segredos, situações dramáticas e muita paixão.
O que mais gostei neste livro? O facto da autora (já uma das minhas preferidas) não ter enrolado o facto de Bram, desde que conheceu Susanna, ter sentido, desde logo aquela atracção e desejo por ela. Lemos tantos livros que do princípio ao fim só temos mal entendidos e ofensas entre as personagens amorosas, para, no final, haver o "viveram felizes para sempre" que tanto é ansiado neste tipo de livros.
Neste, sabemos desde logo que Bram sente algo de muito forte por Susanna e que, para ele, evitar Susanna, por respeito a ela e ao pai dela, não será tarefa fácil, até porque ela é o centro daquela vila costeira, recheada de mulheres solteiras e homens (poucos) resignados a uma existência pacata e sem sobressaltos. Ora, a comitiva de Bram não poderia ter chegado em melhor altura para sacudir aquela vila à beira mar plantada. Num plano delineado ao pormenor pelo pai de Susanna, Bram é elevado a um título de nobreza, herdando, por consequência, o castelo em ruínas que era o sonho de Susanna.
Bram, tenente-coronel do exército, estava afastado das suas tropas devido a um ferimento de bala numa perna. Como sabemos, antigamente, um ferimento destes equivalia, quase sempre, à morte, pelo que estar vivo deveria ser motivo de alegria para ele. No entanto, vivia com a angústia de não poder defender a sua nação e ter sido relegado a uma vida de preguiça e nobreza naquela vila angustiantemente pacata. Apesar de ter um feitio difícil e autoritário, Bram nunca me pareceu um homem insuportável. Era educado e honesto, para além de ser terrivelmente atraente e sedutor. Parece-me que ele era mais um homem com uma personalidade forte e bem vincada. Isso é meio caminho andado para se conquistar um coração indomável como o de Susanna, também ela uma mulher de muitos segredos escondidos. Todos sabiam que Susanna era a alma daquela vila e daquele projecto direccionado às jovens que ainda não estavam prontas para a sociedade ou que, de uma maneira ou de outra, haviam passado pela sociedade no tempo certo e o tempo não tinha perdoado, relegando-as a uma vida de celibato. Adorei a junção do feitio de Susanna com o de Bram. Os confrontos que tinham eram, muitas vezes, de levar às lágrimas pelo humor sarcástico utilizado, que mostrava bem o quão inteligentes os dois eram. Pessoalmente, detesto personagens vazias e fúteis.
Aos poucos (não tanto como isso) Bram e Susanna foram admitindo que a atracção entre ambos era tão forte que nem os desígnios a que cada um tinha-se proposto seriam suficientes para os separar.
Mais um aspecto que me atraiu neste livro, foram as restantes personagens. Desde Thorne, o cabo mal humorado e de poucas (ou nenhumas) palavras, passando por Colin, o primo tresloucado à guarda de Bram, Minerva a geóloga de cabelos escuros e língua afiada, até Kate a beldade imperfeita e aos gémeos que só queriam ser considerados como homens quando ainda era apenas adolescentes. Todas personagens que nos fazem devorar cada página como se não houvesse amanhã e com a esperança de que voltemos a vê-las nos próximos livros.
Por isto é que ler este primeiro volume da saga Spindle Cove apenas me deu mais vontade de ler os seguintes, desalmadamente. Rever Colin, Diana, Minerva (adoro-a), Kate, Thorne e até ter mais vislumbres de Bram e Susanna.
Adoro!! É um de muitos que mais tarde terei de reler!
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