05/01/2018

Opinião | O sol Também é Uma Estrela | Nicola Yoon

Natasha: Sou uma garota que acredita na ciência e nos fatos. Não acredito na sorte. Nem no destino. Muito menos em sonhos que nunca se tornarão realidade. Não sou o tipo de garota que se apaixona perdidamente por um garoto bonito que encontra numa rua movimentada de Nova York. Não quando minha família está a 12 horas de ser deportada para a Jamaica. Apaixonar-me por ele não pode ser a minha história.
Daniel: Sou um bom filho e um bom aluno. Sempre estive à altura das grandes expectativas dos meus pais. Nunca me permiti ser o poeta. Nem o sonhador. Mas, quando a vi, esqueci de tudo isso. Há alguma coisa em Natasha que me faz pensar que o destino tem algo extraordinário reservado para nós dois.
O Universo: Cada momento de nossas vidas nos trouxe a este instante único. Há um milhão de futuros diante de nós. Qual deles se tornará realidade?

(Pode Conter Spoilers... ou não)
Nicola Yoon para mim já não é uma surpresa. Sei, de antemão, que vou gostar de qualquer livro que ela escreva, porque a escrita dela é tão fluída e tão "normal" que é impossível não gostar-se das histórias e personagens que ela cria.
Se no livro anterior temos uma mãe que inventa uma realidade "opcional" de modo a proteger a filha, neste livro temos tudo menos pais que sejam extremosos. 
Daniel é uma personagem super querida. Para além de ter origens asiáticas e não ter qualquer complexo com isso, é um rapaz inteligente e emotivo, que preza mais a arte e o que de belo a escrita traz ao mundo do que propriamente ser rico ou um médico bem sucedido como os pais exigem que ele seja. Na verdade, para além de quererem que o filho mais novo seja bem sucedido na vida, também esperam colmatar a decepção que o filho mais velho e perfeito lhes causou ao revelar-se muito diferente do que aquilo que eles pensavam que ele era. 
Natasha, por sua vez, deve ser a miúda mais racional que existe. Para ela não há aquela coisa de "está escrito no destino" ou "fomos feitos um para o outro". Para ela, isso tudo não passam de lamechices e ela, definitivamente, não está para isso. Apesar de sentir-se noutro mundo quando ouve música, Natasha é a típica cientista (futura) que tem uma equação ou uma explicação para tudo. Apesar de ser intensa e cheia de emoções guardadas a sete chaves, é uma pensadora e algo cínica, se querem que eu seja sincera.
Quis o Universo, ou o Destino que Daniel a encontrasse por uma fresta de situações e ocasiões e que os dois, aos poucos fossem aprendendo que, de facto, o amor e a paixão não se trata apenas de química explicada e quantificada. Amor e paixão, ainda que entre jovens adolescentes prestes a começar uma nova fase da vida, é tudo emoção. Não se explica, sente-se. Não se guarda, vive-se e é exactamente isso que Daniel já sabe e que vai tentar "ensinar" a Natasha no pouco tempo que ele tem. Tem apenas um dia para a fazer apaixonar-se por ele como ele se apaixonou por ela à primeira vista.
É engraçado como sentimos que na ficção há sempre um quê de verdade. Sempre pensei mais como o Daniel e talvez por isso tenha sentido mais empatia por ele. Ele é realmente adorável, acreditem.
A única coisa que me deixou um pouco "à deriva" neste livro foi o final. Queria ter tido mais de Natasha e Daniel e ver como o destino e o Universo moldaram as vidas deles até a ponto em que tudo se completa.
Recomendo, claramente!

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