21/10/2022

Opinião | Como Matar a Tua Família | Bella Mackie | Porto Editora

O ROMANCE DE ESTREIA COM ENTRADA DIRETA PARA O N.1 DO TOP DE VENDAS DO REINO UNIDO


• Matar a minha família
• Reclamar a fortuna
• Não ser apanhada
• Adoptar um cão
Eis Grace Bernard: irmã, colega, amiga, serial killer... Grace perdeu tudo. E agora quer vingar-se.
Quando Grace Bernard descobre que o seu pai milionário ausente rejeitou os pedidos de ajuda da mãe moribunda, ela jura vingança e prepara-se para matar todos os membros da sua família.
Os leitores têm um lugar na primeira fila enquanto Grace elimina a família um a um – e o resultado é tão macabro quanto divertido nesta brincadeira maldosamente escura sobre classe, família, amor... e homicídio.

CRÍTICAS DE IMPRENSA
Arrepiante, mas também incrivelmente divertido.
Sunday Telegraph

Uma leitura engraçada e compulsiva sobre a disfunção familiar e a obsessão dos media por homicídios.
Sunday Times Style

    Este foi um livro que, desde que saiu, chamou-me muito a atenção. O título não nos dá grandes hipóteses a nível de curiosidade e, assim que a minha foi espicaçada, enquanto não o li não descansei. Também é o tipo de título que, caso eu andasse de transportes públicos, o pessoal ia achar que eu estava a preparar-me para algo macabro!
    Foi uma boa surpresa, tenho de admitir. Uma leitura que, apesar de algumas partes um pouco arrastadas, correu de forma agradável. Ter acesso à mente de Grace foi uma experiência deveras divertida e arrepiante ao mesmo tempo. Tinha alturas em que pensava "Como é que uma jovem consegue ser tão fria e desligada?", apesar de, em algumas alturas, conseguirmos vislumbrar ali algumas emoções escondidas e bem enterradas nela.
    Assim que começamos a ler, conseguimos perceber o porquê de Grace ter engendrado e levado a cabo os seus planos de matar seis elementos da sua família, ainda para mais, próximos no que a laços de sangue diz respeito. Planos elaborados e pensados até ao pormenor. O mais engraçado (ou não) é que ela, na altura em que nos conta tudo o que aconteceu, está presa por um crime que não cometeu.

     O que gostei neste livro: A forma de pensar de Grace. Sempre muito pragmática e atenta a tudo o que possa ser útil na vingança dela. A maneira peculiar de ser de Grace. Apesar de não ser uma pessoa desagradável, é alguém que está muito habituada a estar sozinha e raramente se dá seja com quem for. É inteligente e mordaz e, lá no fundo, esconde-se o coração de uma filha que perdeu a única pessoa no mundo que a amava acima de tudo. A forma como cada um dos elementos familiares morrem e como conseguimos perceber o alívio e o sentido de dever cumprido que ela sente sempre que concretiza um dos seus planos.
    O que não gostei: Parágrafos demasiadamente grandes. Capítulos extremamente longos. Muitas descrições e poucos diálogos. Parágrafos e capítulos longos tornam a leitura algo vagarosa e, quando queremos parar de ler não dá muito jeito porque temos de deixar o capítulo a meio. Nunca fui fã de livros com capítulos com mais de que 2 ou 3 folhas. Gostava de ter visto mais da parte sensível dela. Não acredito, de todo, que ela era uma pedra de gelo. Tinha estilo, sabia passar despercebida, mas algures pelo caminho, acho que ela perdeu um pouco o seu lado feminino e amoroso. Apesar de este ser um livro totalmente virado para os crimes que ela vai cometendo, acho que um pouco mais de romance não tinha feito grande mal.

    Portanto, apesar de ter achado que foi um livro de leitura agradável, acho que perdeu imenso impacto pelo tamanho dos capítulos e parágrafos. Podia ser uma leitura muito mais prazerosa e fluída, pois a história em si está muito, muito bem pensada. Acho que para livro de estreia de Bella Mackie, ela pensou bastante fora da caixa, como se costuma dizer. 

    No entanto, para quem gosta de personagens com mentes algo retorcidas, este é o livro ideal e entrar na mente de Grace foi, como disse, arrepiante mas também hilariante. No seu intímo ela consegue ser extremamente divertida!

Obrigada à Porto Editora por me ter disponibilizado um exemplar para leitura e opinão.

14/10/2022

Opinião | Corte de Névoa e Fúria | Sarah J. Maas | Editora Marcador

 
Depois de resgatar o seu amado Tamlin da malvada rainha Amarantha, Feyre regressa à Corte da Primavera com os poderes de uma Fada Suprema. Mas não consegue esquecer os crimes que teve de cometer para salvar o povo de Tamlin... nem o pacto perverso que fez com Rhysand, o Grande Senhor da temível Corte da Noite.

À medida que Feyre é atraída para a sombria teia política e passional de Rhysand, uma guerra iminente aproxima-se e um mal muito mais perigoso do que qualquer rainha ameaça destruir tudo o que Feyre alguma vez tentou proteger. Deverá então enfrentar o seu passado, aceitar os seus novos dons e decidir o seu futuro.

GoodReads

    Bem... que livro é este, minha gente? Um daqueles mesmo bons, é o que vos digo!
Já tinha gostado bastante do primeiro, que foi o que me fez apaixonar por esta saga de Sarah J. Maas, mas este foi tão, mas tão melhor. No entanto, este é daqueles livros que é extremamente complicado escrever uma opinião sem nos espalharmos ao comprido e não começar aqui a desbobinar spoilers. Vou dar o meu melhor para ser sucinta mas tentar, ao mesmo tempo, com que também voces fiquem em pulgas para ler este livro!

    Se no primeiro livro temos um Tamlin completamente rendido a Feyre, neste segundo livro, depois de ela ter dado a vida para o salvar e a todo o povo das fadas da maldição e poder de Amarantha, só conseguimos vislumbrar  um Tamlin possessivo e extremamente paranóico, o que não ajuda nada a termos alguma simpatia por ele, como acontecia no primeiro livro.
    Consigo empatizar com aquilo que Feyre está a sentir porque, afinal de contas, ela foi ao Inferno e voltou e, ao mesmo tempo que está a tentar aceitar a sua nova condição e a lidar com ela, tem de limpar a cofusão que sente na cabeça e no coração por causa de Tamlin e das suas atitudes. 
    Era de prever que, ao tentar proteger Feyre, proibindo-a e trancando-a fora do perigo, Tamlin ia acabar por a afastar. Por outro lado, temos Rhysand e o pacto (obrigação) que eles forjaram quando ela estava nas mãos de Amarantha. Ao contrário de Tamlin, que eu tanto gostei no primeiro volume, Rhysand é-nos apresentado total e completamente neste segundo livro. Admito que quando o conheci, não gostei muito das atitudes cinícas e arrogantes dele, mas depois de ler este livro e conhecê-lo desde a sua génese, rendi-me a ele. Rhysand acaba por dar guarida a Feyre quando ela mais precisou e, aos poucos, vai tomar um lugar importante na vida dela. Depois de voltas e contra-voltas, Rhys e Feyre acabam por se encontrar um ao outro num lugar que só eles conhecem e num estado de almas que apenas os dois sentem. 
    Temos uma montanha russa de emoções ao ler este livro. Embora possa ter algumas partes meio desnecessárias/lentas a meio, a introdução de novas personagens como Amren (que eu adoroooo), Mor, Azriel e Cassian (apaixonei completamente por este quarteto, sou sincera), consegue fazer com que tenhamos sempre mais vontade de ler e saber como é que eles se vão desenvencilhar de tantos problemas. Sempre que avançamos na leitura, os problemas parece que aumentam tanto de dimensão como de importância e acabamos por quase sentir na pele aquilo que eles passam. 
    Muita acção, muitas aventuras, muitas traições, muitas descobertas importantes e muitas emoções compõem este segundo volume desta saga maravilhosa de Sarah J. Maas que não se cansa de nos trazer livros fantásticos e personagens apaixonantes.
    Ansiosa pelo terceiro volume por todos os motivos e mais alguns mas, especialmente pela forma como este livro terminou. O meu coração não aguenta estas emoções!!

11/10/2022

Opinião | O Convite | Vi Keeland | TopSeller

Será que uma cinderela penetra e um príncipe não tão encantado conseguirão encontrar seu "felizes para sempre"?
A primeira vez que eu encontrei Hudson Rothschild foi em um casamento. Eu tinha recebido um convite inesperado para a festa mais exclusiva da cidade, na qual ele era o padrinho – e também o homem mais lindo que eu já tinha visto. Ele me tirou para dançar e foi impossível negar: nós dois tínhamos uma química incrível. Eu sabia que não era uma boa ideia me envolver com ele, mas a nossa conexão foi instantânea, e não fui capaz de resistir.
Porém, toda a diversão acabou abruptamente quando Hudson percebeu que eu não era quem dizia ser. Sabe aquele convite inesperado que recebi? Bem, na verdade ele não era para mim, e sim para a minha ex-colega de quarto que foi embora no meio da noite sem me falar nada. Eu achava que ela me devia uma noite cheia de luxos e que por isso merecia aproveitar a oportunidade. Mas, tecnicamente, eu estava de penetra no casamento.
Assim que fui desmascarada, saí de lá o mais rápido possível, com o padrinho bonitão logo atrás de mim. Quando finalmente entrei num táxi, senti um alívio enorme – tinha escapado ilesa!
Ou foi o que pensei.
Até perceber que tinha esquecido o meu telemóvel na mesa.
Consegue adivinhar quem achou?

    O que dizer deste livro, que já não tenha sido dito? Que adorei?! Pois claro que adorei, como não podia deixar de ser. Não é à toa que Vi Keeland é uma das minhas autoras top preferidas! Com este livro ela só veio mesmo provar que não sabe escrever livros com cariz erótico. Também sabe escrever livros cheios daqueles sentimentos e personagens que nos aquecem o coração e nos ajudam a ultrapassar mais um dia complicado. Stella e Hudson são essas personagens.

    É por causa de romances como o de Stella e Hudson que eu ainda gosto de ler este género literário que apela mais ao coração. A relação entre estas duas personagens deliciosas podia muito bem ser considerada o auge das relações. Começou de uma forma hilariante, como não podia deixar de ser quando de Vi Keeland se trata, e assim continuou ao longo do livro, sempre com partes muito divertidas e bem humoradas. No entanto, engana-se quem pensa que este livro são só gargalhadas e bons momentos. Há todo um envolvimento familiar entre todas as personagens que nos dá aquela sensação de segurança. As coisas podem correr mal, mas haverá sempre quem vai estar lá para ajudar.

    Hudson é um homem fantástico. Honesto, trabalhador, com a cabeça e o coração no lugar certos. Adora a irmã e é um pai exemplar, que sempre fez o que podia para ser pai e mãe de uma menina que é absolutamente maravilhosa. Stella é, também ela, uma mulher incrível. Apesar de tudo lhe correr mal, tem sempre aquela réstea de esperança de que um dia as coisas vão começar a correr bem para o lado dela. Quis o destino que um convite que não era para ser dela fosse o começo de uma nova história, de um novo amor e de uma nova vida.
    Adorei a irmã do Hudson. Com o tanto de dinheiro que sempre teve, podia muito bem ser uma pessoa supérflua e embirrante, no entanto, é uma mulher doce, trabalhadora e amiga dos seus amigos. Faz o que pode para ajudar quem mais ama e será um elemento fulcral na relação entre Hudson e Stella.

    Foi tão bom ver o nascer do amor entre Hudson e Stella e o desenvolvimento daquela relação entre os dois. Sabem aquelas histórias tipicas de que a mulher precisa do homem? Neste caso, acho que é a versão em que um homem como Hudson precisa de uma mulher como a Stella. Alguém que lhe mostre que o amor tem sempre lugar mesmo depois de uma má relação, mesmo depois de ter sido magoado e enganado. Mas, Hudson também foi importante na vida de Stella, de várias formas. Aquela relação exemplo? A de Hudson e Stella! Claramente! Sem complicações, sem dramalhões, sem situações constrangedoras nascidas de mal entendidos. É o que é. Um homem que se apaixona por uma mulher e vice-versa e que, a dada altura não vêem motivos para esconder o que sentem. É o que gosto de chamar de relação descomplicada. De qualquer modo, houve algumas partes mais sérias e emocionais? Houve. Mas só serviram para enriquecer este livro maravilhoso que ainda hei-de ler várias e várias vezes!

    Se continuar a escrever vou estragar-vos a leitura e isso não é, de todo, o que quero que levem desta opinião. Quero que fiquem com muita vontade de ler este livro e que, se puderem, partilhem comigo o que acharam!

06/10/2022

Opinião | Punk 57 | Penelope Douglas | Quinta Essência

Durante anos, Misha Lare e Ryen Trevarrow escreveram cartas um ao outro. Tudo graças a um engano dos seus professores da escola primária, que pensaram que eram do mesmo sexo e os designaram como amigos por correspondência.

Não pararam de escrever desde então. Só têm três regras: nada de redes sociais, números de telefone, ou fotografias.
Mas Misha não escreve há três meses. Algo está errado. Será que ele morreu? Foi detido? Conhecendo Misha, nenhuma das duas hipóteses é de descartar.

Sem ele por perto, Ryen está a enlouquecer.
Ele pode ter desaparecido para sempre.
Ou pode estar à sua frente, e ela nem sequer saberia.
Tinham uma coisa boa. Porquê arruiná-la?

    Este foi um daqueles livros que me chamaram a atenção pela sinopse e não pela capa. Aliás, a capa foi a razão pela qual não o comprei mais cedo. Achei-a demasiado "teenager". Mas, quem vê caras, não vê corações. Depois de ler a sinopse com a devida atenção, acabei por perceber que, talvez, valesse a pena comprar e ler. Também foi um dos poucos livros que comprei e comecei a ler assim que o recebi. Coisa que, geralmente não acontece.
    Esta é a história de Misha e Ryen. Duas crianças que se conhecem à distância, numa espécie de palpen, amigos à distância que trocam cartas entre si. Contudo, o que era para ser apenas uma experiência escolar, tornou-se algo obrigatório tanto para Misha como para Ryen. Não era suposto eles serem emparelhados para esta experiência, no entanto, como ambos tinham nomes de rapaz, assim aconteceu. Foi exactamente isso que me atraiu. A troca de cartas, o facto de se conhecerem tão bem um ao outro sem nunca sequer se terem visto, apesar de até morarem perto um do outro. Muitos anos passaram e, agora ambos no secundário e mais crescidos, continuam a trocar cartas cumprindo sempre as regras estabelecidas pelos dois. Nada de procurar um pelo outro nas redes sociais, nada de telemóveis e nada de fotografias. Estavam ambos apaixonados um pelo outro e nem sequer sabiam como o outro era fisicamente. Sinceramente, não sei se consegui resistir à curiosidade. Ora, quando por um acaso do destino os dois se encontram, sem um saber que era o outro, algo trágico acontece e Misha pára de escrever. A vida de Ryen acaba por ser extremamente abalada por isso e entra numa espirar destrutiva. Nem ela, nem ele estavam nas suas melhores fases da vida.
    Coisas que gostei bastante: 
    O facto de terem conseguido manter o mistério e terem respeitado, durante tantos anos, o compromisso que haviam feito um com o outro. A forma como eles se conhecessem a primeira vez e há aquele clique mesmo não sabendo quem era um e quem era o outro. Achei fofo. 
    Gostei de como a autora introduz vários temas sociais que hoje em dia são problemas graves. Temas como bullying, distúrbios alimentares, uso e abuso de medicação, assédio sexual, etc. Por ser um livro tão complexo (parecendo que não), não há como não admitir isso, também temos a importância de amizades verdadeiras que servem de apoio quando mais se precisa, a paixão que ajuda qualquer um a ter mais amor próprio, esperança no futuro e a forma como o base familiar que apoia e ajuda a ultrapassar qualquer coisa que aconteça, boa ou má, pode fazer toda a diferença na vida de um jovem ainda em formação. 
    Algumas coisas que não gostei: Queria ter tido mais acesso às cartas que eles trocavam. Sendo uma adepta de livros com cartas, acho que fez falta termos mais cartas tornadas públicas ao leitor. De qualquer modo, pelas cartas que tivemos acesso, conseguimos ter ideia do quanto eles foram evoluindo e crescendo ao longo dos anos. 
    Não gostei da Ryen ser tão fraca psicologicamente. Era uma coisa quando estava sozinha e, na escola e com os supostos amigos, era uma pessoa completamente diferente, Era fútil, frívola, arrogante e convencida. Tanto era alvo de bullying, como ela próprio o infligia a outros. Claro que se fosse de outra forma, o livro não teria sequer existido, mas acho que a autora poderia ter dado a volta a isso e ficava bom na mesma. 
    Quanto ao Misha, não gostei da forma como ele lidou com o seu luto, afastando toda a gente à sua volta e fazendo-o ser alguém que ele não era, de todo. Misha era um jovem inteligente, sensível e atento a todos à sua volta. No entanto, depois da tragédia que abalou o seu mundo, carrega nos ombros a culpa de ter perdido alguém que era tão importante na vida dele e torna-se amargo, descrente e algo cínico também. Tinha um objectivo e ia passar por cima fosse de quem fosse para conseguir. 

            Fazendo um apanhado geral da leitura, tenho de dizer que foi como que uma viagem com muitos altos e baixos. Muitas fases boas e outras que nem por isso. Muitas emoções à mistura, temas importantes visados, erotismo quanto baste (embora em algumas partes tenha achado demasiado) e, devido ao tipo de escrita da autora, foi uma leitura rápida e fluída. Não posso dizer que tenha tido dificuldades em avançar em alguma parte do livro. Como se costuma dizer, foi sempre a abrir. 

        Recomendo. Contudo, não acho que tenha merecido tanto hype e tanto "falatório".

04/10/2022

Opinião | Esses Prazeres Violentos | Chloe Gong | Quinta Essência

Em Xangai, um monstro desperta...
Corre o ano de 1926 e Juliette Cai regressa à cidade onde havia deixado o coração. Voltou para se assumir como herdeira do Gangue Escarlate, um dos dois gangues que controlam Xangai.
Os seus rivais são os implacáveis Flores Brancas, que lutam contra os Escarlate há gerações. Por detrás de cada movimento está o seu herdeiro, Roma Montagov, o primeiro amor de Juliette... e a primeira traição.
Mas a cidade que Juliette encontra não é a mesma que deixou. Xangai está rendida à devassidão, aos interesses ilícitos e à violência. Nunca antes o poder dos gangues foi tão ameaçado.
E quando gângsteres dos dois lados começam a exibir comportamentos inexplicáveis, não há como parar os rumores – de um contágio, de uma loucura. Um monstro nas sombras. À medida que as mortes se acumulam, Juliette e Roma têm de colocar as suas armas – e ressentimentos – de lado e trabalhar em conjunto, pois se não conseguirem deter o caos, não restará cidade para qualquer um deles governar.
Os amantes condenados terão de enfrentar a explosiva rivalidade entre as suas famílias e a fatal ameaça que espreita nas sombras, nesta versão irresistível do clássico Romeu e Julieta.

    Este livro foi um dos raros casos em que fui com as expectivas lá no alto. No entanto, acho que ficou um pouquinho aquém, pelo menos para mim.
    Uma história que tinha tudo para ser fantástica e que se perdeu algures pelo caminho, com tanta política e tanta intriga. 
    Tendo como base a história trágica de Romeu e Julieta, a autora remete-nos para a China, numa Xanghai dos anos 20, repensada e trabalhada de forma a que tanto o crime como o romance estivessem interligados. Sendo que o crime ficava a cargo tanto da familia de Julliete e Roma e o romance, embora enterrado e muito ténue, ficasse a cargo dos mesmos Juliette e Roma. O par "romântico" deste livro.
    Vamos por pontos. Que dizer das personagens principais? Se há aqui alguém que é o foco da história, esse alguém é Juliette. Não posso dizer que gostei dela. Uma jovem arrogante, convencida de que é invencivel e que nada de mal lhe pode acontecer. Nem aos seus. Embora seja uma mulher extremamente forte e segura, é também impulsiva e petulante. um tanto ou quanto narcisista e individualista. Não confia em ninguém para seja o que for a não ser nas primas e mesmo assim, não gosta muito de lhes delegar seja o que for de mais complicado. Ela é a típica anti-heroína que, apenas nos consegue cativar quando começa a admitir os sentimentos que lhe vão no coração e deixa de achar que é dona do mundo. 
    Roma. Quem é Roma? Gostei dele desde o início. Ao contrário dela, é um rapaz responsável, afável e preocupado com os seus amigos e os seus "súbditos". Não deixa de ser o legitimo herdeiro do outro maior clã de Xanghai, ainda que seja ainda muito novo, tal como ela. Sendo assim, tem responsabilidades e são essas que não o deixam ser quem ele gostaria de ser. Antes era o melhor amigo de Juliette e, candidato mais forte a conquistar o coração dela. No entanto, a guerra entre as duas famílias não deixa que sequer sejam conhecidos com tréguas. Têm cravado nos nomes de família a rivalidade e a animosidade que dita as regras naquele país. Separaram-se, mas nunca deixaram de sentir aquilo que sentiam desde que se conheceram. 
    Achei a ideia de criar uma espécie de pandemia sobrenatural instalada em pontos estratégicos da cidade muito bem pensada. Algo que tortura e mata sem ninguém conseguir descobrir onde está, onde vai aparecer, nem quando. Cura? Ninguém sabe, a não ser a pessoa que originou tudo aquilo. Contudo, essa ideia foi muito consumida pela parte política do livro. E a mim, que detesto política, não me caiu bem que em vez de se focarem no romance entre Juliette e Roma, o foco estivesse todo na parte política e na rivalidade entre as duas famílias e contra os estrangeiros que ameaçavam retirar o poder aos habitantes naturais. 
    Até meio do livro, a leitura foi sempre muito arrastada e aborrecida, tenho de admitir. A partir da altura em que Roma e Juliette, à rebelia dos pais, juntam forças, a leitura torna-se muito mais atraente e agradável. Havia problemas na mesma, mas ao menos estavam juntos e a lutar contra aquele mal invisível e, acima de tudo, a deixarem que o amor que sentiam um pelo outro ressurgisse aos poucos e de uma forma avassaladora.

    Resumindo, apesar de ter levado mais tempo do que o habitual a entrar na história, quando tal aconteceu, a mistura entre os vários géneros presentes, thriller, romance (pouco), mistério e fantasia acaba por ser uma mistura de sucesso pois deixa-nos presos para o segundo livro. 

    Para quem gosta de mistério, política e algum intriguismo encontrou o livro certo. Para quem está à espera de encontrar romance, vai sair um pouco desapontado porque o foco não é, de todo, esse.

Novidade | Filha da Deusa da Lua | Sue Lynn Tan | Porto Editora

A Filha da Deusa da Lua

Inspirada no imaginário tradicional chinês, Sue Lynn Tan traz uma história épica de magia e aventura

No dia 6 de outubro, a Porto Editora faz chegar a todas as livrarias Filha da Deusa da Lua, o primeiro volume de uma saga de literatura fantástica inspirada na mitologia chinesa e a estreia literária da malaia Sue Lynn Tann.

Baseado na lenda de Chang’e, a deusa da Lua que roubou o elixir da imortalidade, Sue Lynn Tann constrói uma história épica de magia, aventura, família e amor. Xingyin é a filha de Chang’e. Nascida na Lua, ignora que a sua residência é, na verdade, um exílio imposto pelo Imperador Celestial, pela ousadia da sua mãe, e que a sua existência permanece um segredo bem-guardado.

Esta pacífica vida é interrompida quando a magia de Xingyin começa a manifestar-se e a sua existência é revelada. Para segurança de ambas, tem de abandonar a sua casa, não sem antes deixar uma promessa: regressar para libertar a mãe. Sozinha e com medo, consegue chegar ao Reino Celestial, onde aproveita a oportunidade única de treinar com Liwei, capitão do Exército Celestial e filho do imperador, com quem aprende as artes do tiro com arco e da magia. Com Liwei descobre também o amor e a desilusão.

Obrigada, novamente, a abandonar um refúgio, a jovem guerreira recorda a razão que a levou até ali: conquistar a liberdade de Chang’e. Para salvá-la, embarca numa demanda perigosa, enfrentado criaturas lendárias e inimigos cruéis. Com magia proibida a ameaçar o reino e traições no horizonte, o único caminho possível para Xingyin passa por desafiar o cruel Imperador e esperar não perder tudo o que ama pelo caminho.

Xingyin nasceu na lua, onde vive junto da mãe, a Deusa. Ignora, contudo, que ali vive para se manter fora do alcance do temido Imperador Celestial, que exilou a sua mãe por ter ousado roubar o elixir da imortalidade. E o Imperador Celestial ignora também a sua existência. Mas quando a magia da jovem Xingyin começa a manifestar-se, é obrigada a abandonar a sua casa, para segurança de ambas.
Mas há males que vêm por bem e Xingyin tem um plano. Disfarça a sua identidade e consegue chegar ao Reino Celestial, onde aproveita a oportunidade única de treinar ao lado do filho do imperador, com quem aprende as artes do arco e da magia e, inesperadamente, do amor.
Com a descoberta do amor, porém, vem a descoberta da desilusão. E, assim, a jovem guerreira vê-se obrigada a deixar o palácio e embarca numa demanda perigosa, enfrentando criaturas e inimigos terríveis. Porque precisa de se lembrar do que a levou até ali: conquistar a liberdade da mãe.
Filha da Deusa da Lua é uma brilhante estreia literária e o primeiro episódio de uma maravilhosa saga romântica, inspirada numa lenda tradicional chinesa.